Declaração Universal do Voluntariado
(Amesterdão, Janeiro de 2001)
O Voluntariado é um pilar fundamental da sociedade civil. Desperta as mais nobres aspirações da humanidade – a procura da paz, da liberdade, das oportunidades, da segurança e da justiça para todos os povos.
Na era da globalização e das mudanças permanentes, o mundo está a tornar-se mais pequeno, mais interdependente e mais complexo. O voluntariado exercido individualmente ou através de actividade em grupo, é uma forma de:
- Os Valores humanos da comunidade, o desvelo e o sentido de serviço poderem ser mantidos e reforçados;
- Os indivíduos poderem exercer os seus direitos e responsabilidades como membros de comunidades, aprendendo e crescendo pela vida fora, realizando todo o seu potencial humano;
- Estabelecer pontes através das diferenças que nos separam de forma a que possamos viver em comunidades saudáveis e uniformes, trabalhando em conjunto no sentido de procurar soluções inovadoras para os desafios que nos são comuns e a moldar os nossos destinos colectivos.
- No início do novo milénio, o voluntariado é um elemento essencial de todas as sociedades. Ele põe em prática efectiva a Declaração das Nações Unidas segundo a qual “Nós, seres humanos” temos o poder de mudar o mundo.
- A Declaração garante o direito de cada mulher, homem ou criança se associarem livremente e a tornarem-se voluntários, independentemente da sua origem cultural e étnica, religião idade, sexo, e condição económica, física ou social. Todos os povos do mundo deviam ter o direito de oferecer livremente aos outros e às suas comunidades o seu tempo, talento e energia, através de acções individuais ou colectivas e sem esperar qualquer compensação monetária. Buscamos um tipo de voluntários que:
- Envolva toda a comunidade na identificação e resolução de problemas;
- Dê voz a todos os que não a têm;
- Permita que outros participem como voluntários;
- Complemente mas não substitua a acção responsável por parte de outros sectores e os esforços dos trabalhadores remunerados;
- Permita que todos possam adquirir novos conhecimentos e aptidões de forma a desenvolverem o seu potencial próprio, autoconfiança e criatividade;
- Promova a solidariedade, na família, na comunidade, a nível nacional e global.
- Acreditamos que os voluntários bem como as organizações e as comunidades que eles servem partilham a responsabilidade de:
- Criar ambientes em que os voluntários desempenhem um trabalho significativo que ajude a atingir resultados pré estabelecidos:
- Defina os critérios para a participação do voluntário, incluindo as condições em que a organização e o voluntário poderão pôr termo ao seu comprometimento, e desenvolver políticas orientadoras da actividade voluntária;
- Garanta aos voluntários e àqueles que eles servem, protecção eficaz contra riscos;
- Proporcione aos voluntários formação adequada, avaliação regular e reconhecimento;
- Garanta o acosso a todos, removendo todo o tipo de barreiras que impeçam a participação, sejam de natureza física, económica, cultural ou social.
Todos os voluntários proclamem a sua fé na actividade voluntária como uma força criativa e mediadora que:
• Crie comunidades saudáveis e uniformes respeitadoras da dignidade de todos os povos;
• Permita que as pessoas exerçam os seus direitos como seres humanos e assim aperfeiçoem as suas vidas;
• Ajude a resolver os problemas sociais, culturais, económicos e ambientais; e,
• Construa uma sociedade mais humana e mais justa através da cooperação a nível mundial.
Os Leaders de
• Todos os sectores se unam no sentido de criarem, a nível local e nacional, “centros de voluntários” fortes, eficientes e com visibilidade, que estejam na primeira linha das organizações de voluntariado;
• Governos garantam o direito que a todos assiste de se tomarem voluntários, levantem as barreiras legais à participação, incluam os voluntários nas suas acções, e proporcionem às ONGS os recursos necessários a uma eficaz mobilização e gestão de voluntários:
• Empresas estimulem e facilitem o envolvimento dos seus trabalhadores na comunidade como voluntários, e dispensem recursos humanos e financeiros capazes de desenvolverem as infra-estruturas necessárias ao apoio ao voluntariado;
• Meios de comunicação social divulguem histórias de voluntários e informação que encoraje e ajude outros a tornarem-se voluntários;
• Escolas encorajem e ajudem pessoas de todas as idades a tornarem-se voluntárias, criando oportunidades para que elas reflictam e aprendam com o seu serviço;
• Confissões Religiosas encarem o voluntariado como uma resposta apropriada ao chamamento espiritual de todos ao voluntariado;
• ONGS criem ambientes organizacionais amistosos para com os voluntários e que disponibilizem os recursos financeiros e humanos necessários a um eficaz comprometimento dos voluntários.
A lnternational Association for Volunteer Effort — IAVE — desafia os voluntários e os leaders de todos os sectores do mundo inteiro a unirem-se orno parceiros no sentido de promoverem e apoiarem um voluntariado eficaz, acessível a todos, como símbolo de solidariedade entre todos os povos e nações.
O IAVE convida toda a comunidade voluntária a estudar, discutir, sancionar e pôr em prática esta Declaração Universal do Voluntariado.
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