quinta-feira, 6 de novembro de 2008

VOLUNTARIADO HOSPITALAR - Resumo histórico



INTRODUÇÃO

Quando se pretende enaltecer o exercício de actividades que se baseiam na prática da solidariedade humana, como a arte de curar, costuma dizer-se que essas actividades são tão antigas como a própria Humanidade.

Na realidade, se acreditamos na criação divina do Homem (e eu creio), certamente acreditamos também que não foi criado apenas o seu corpo dotado de força anímica, mas que foi criado também o seu espírito dotado de sentimentos vários, entre eles o de amor para com o seu Criador, de amor pela natureza, de amor pela sua companheira e pela Humanidade que com eles começou.
Se fizéssemos um reflexão profunda sobre esta temática, chegaríamos à conclusão de que a perpetuação da espécie humana seria impossível, se os humanos não tivessem a capacidade de se amarem, e de serem solidários uns com os outros, sobretudo em situações de doença.
É natural que nos interroguemos acerca de quem ajudava as pessoas quando adoeciam, nos tempos em que não havia hospitais nem centros de saúde, nem sequer uma medicina organizada.
Mas, sabemos que o sentimento de Amor e de Solidariedade esteve, desde tempos imemoriais, em todos os povos, no coração de muitos homens e mulheres, que de forma desinteressada ajudavam os órfãos, as viuvas, os pobres e os doentes.
Pensamos que não é difícil compreender, por exemplo, que os cuidados a uma criança doente pudessem ser prestados por vizinhos ou outros, sobretudo quando entre estes existem laços de amizade ou familiares.
Mas… cuidar do idoso, sem esperar nada em troca, sobretudo quando é desconhecido, sem nome, sem família, sem lar, por vezes em grande sofrimento, por vezes moribundo, só um coração cheio de amor e de generosidade o faz.

Se estes sentimentos existem desde os primórdios da Humanidade – infelizmente não em todos os corações –, eles foram reforçados com o advento do Cristianismo. Não quer isto dizer que os não cristãos não possam partilhar dos sentimentos de solidariedade para com o próximo, porque na realidade qualquer religião se propõe, em princípio, ensinar o bem. Mesmo os ateus, pelo menos os mais esclarecidos, vêem na solidariedade uma forma de viver a cidadania.

Mas, porque na maioria somos cristãos, aproveitamos esta circunstância para, de forma prática, reproduzir o exemplo de voluntário dado por Jesus quando nos conta a história do bom samaritano, relatado na Bíblia (S.Lucas: 10:30-35):

«Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caíu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e vendo-o, passou de largo.
De igual modo também um levita chegou àquele lugar, viu-o, e passou de largo.
Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão;
E aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.
No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que gastares a mais, eu to pagarei quando voltar».

Sabendo nós que os judeus não se comunicavam com os samaritanos, neste exemplo é-nos ensinado que devemos ser solidários, mesmo para com os nossos inimigos, quando necessitam da nossa ajuda. Considero que este é o princípio fundamental para a prática do voluntariado.

Vêm estas considerações acerca do Voluntariado porque, pensamos nós que este sempre existiu, embora nem sempre de forma organizada.
O desenvolvimento do voluntariado mais ou menos organizado no campo da saúde, iniciou-se com a criação dos primeiros estabelecimentos destinados a albergar os doentes e feridos de guerra.

Referem vários historiadores que a mais antiga instituição com características hospitalares, foi o HOTEL DIEU, fundado por um Bispo de Paris, por volta do ano 649. Mas sabe-se que muito antes, no ano 325, no Concílio de Nicéia, tinha sido já determinado criar um hospital em cada cidade com catedral. No ano 355 é criado o Hospital de Cesareia, seguindo-se o de Roma e poucos anos depois existem hospitais por todo o Oriente.
Estas instituições eram, segundo os historiadores, semelhantes aos asilos, mas especializados, tomando cada uma designação própria:
  • Hospital de ORPHANOTROPHIA, para órfãos,
  • de BREPHOTROPHIA para crianças pobres,
  • GERONTOCOMIA para idosos
  • e LEBOTROPHIA para leprosos.

Estas instituições eram dirigidas por sacerdotes voluntários e os seus trabalhadores eram religiosos também voluntários, que encontravam assim uma forma de servir a Deus, fazendo o bem ao próximo. De referir também que estes hospitais eram sustentados essencialmente por donativos das famílias mais abastadas, fazendo lembrar-nos as Misericórdias portuguesas com o lema da sua instituidora (Rainha D. Leonor), de “quem dá aos pobres empresta a Deus”.

Também o Hotel Dieu, próximo de Paris, era servido por pessoal voluntário, que assegurava o tratamento, alimentação e alojamento dos doentes. O seu retrato é-nos desenhado pela pena de um cronista de então, Max Nordau, com a seguinte descrição :

« ...numa cama jaziam 5 ou 6 pessoas: um paciente com tifo, consumia-se com o delírio da febre; um tuberculoso tossia com voz cavernosa; uma vítima de qualquer doença cutânea, arranhava-se furiosamente, tentando aliviar a infernal comichão. Todo o edi-fício constitui um enxame dos bichos mais asquerosos. O ar, pelas manhãs, estava tão poluído que nem os serventes se aventuravam a entrar, sem antes colocar no nariz uma esponja embebida em vinagre. Os cadáveres permaneciam mais de 24 horas sem ser retirados do leito da morte, vendo-se com isso os doentes obrigados a compartilhar o leito com os cadáveres rígidos».

É evidente que nestas circunstâncias, e por mais apelos que se fizessem, era difícil encontrar pessoal voluntário para aquele hospital e para outros que lhe sucederam, cujo panorama, na melhor das hipóteses, seria idêntico. Quem aceitava estas tarefas eram essencialmente as mulheres da rua, prostitutas e ébrias, que encontravam nos hospitais um refúgio também para elas.

Queria introduzir aqui uma nota, antes de prosseguir este raciocínio, a fim de evitar ferir susceptibilidades. Diz-se que a primeira mulher, foi a primeira enfermeira. Isto porque ela teve de cuidar dos seus filhos, com vista a que se tornassem independentes. Ora esta função é efectivamente a da enfermagem: cuidar no sentido de que as necessidades humanas básicas da criança do jovem, do adulto ou do idoso sejam satisfeitas para que estes possam tornar-se independentes dos cuidados e usufruam de um estado de completo bem-estar físico, mental e social, ou seja de saúde. Como enfermeiro, não me repugna dizer que nem sempre os cuidados (de enfermagem) são (legitimamente) prestados por enfermeiros/as.

Ora, as mulheres da rua, prostitutas e ébrias, acima mencionadas, dedicavam-se efectivamente à prática de voluntariado e efectivamente prestavam cuidados de enfermagem. Foram, assim, as precursoras da enfermagem. Por estas razões, as enfermeiras foram, durante muitos anos, mal vistas pela sociedade, não obstante o nobre papel que desempenhavam.
Obviamente que estamos a falar da designada «velha enfermagem» exercida por voluntárias que não tinham a mínima preparação ou vocação para cuidar (agora no sentido científico) os doentes, mas faziam-no por vezes como imposição da sua situação social, porque pelo menos passavam a ter um tecto, alimentação e alojamento.

Com os tempos, o cuidado dos enfermos converteu-se numa função e dever primordial da vida da comunidade, nos países que se iam desenvolvendo. Surgem várias ordens religiosas em todo o mundo, as quais impunham nos seus estatutos o cumprimento de um dever fundamental: “antes de tudo e sobre tudo, há que cuidar dos enfermos”. Estas ordens eram constituídas por monges e freiras, normalmente pessoas da alta sociedade, que faziam um voto de servir a Deus através dos doentes. Destaca-se a Ordem dos Cavaleiros de Malta, os Cavaleiros da Cruz Vermelha, os Cavaleiros Hospitalares de S. João de Jerusalém, os Cavaleiros de S. Lázaro e outros que se espalharam pelos quatro cantos do mundo. Outros vultos grandiosos, considerados santos por uns, loucos por outros, praticaram um voluntariado corajoso, despojando-se de todos os bens materiais, como S. Lázaro, S. Francisco de Assis e o nosso João Cidade, S. João de Deus, que sendo Português, os espanhóis designaram ogulhosamente por “Português de Granada”, o qual em 1585 fundou o grandioso Hospital de Granada em Espanha e ditou as primeiras normas para a melhoria das condições hospitalares: a individualização dos leitos dos doentes e a observância dos aspectos relacionados com a higiene das instalações, higiene dos doentes e do vestuário dos mesmos.

Destaque-se também a imortal voluntária que viria mais tarde a fundar a chamada enfermagem moderna, Florence Nightingale, uma jovem de boas famílias e de excelente formação académica e religiosa (protestante e mestre em ciências matemáticas), que pelos seus estudos de investigação concluíu que a higiene era imprescindível para a recuperação dos doentes. Pelo trabalho desenvolvido num hospital de guerra em Securáti, com simples medidas de higiene, consegue reduzir a taxa de mortalidade de 42 para 2% em apenas 6 meses. Os seus feitos heróicos no campo da saúde, deu-lhe a honra de vários galardões, e da perpetuação da sua existência, ao surgir em vitrais de catedrais e em monumentos públicos de várias cidades.
Outra figura de mulher imortal, mundana, mas que em certa altura da sua vida se converte ao Cristianismo, é Fabíola. Pessoa com enormes dotes de beleza e de riqueza, torna-se voluntária e oferece o seu palácio para nele funcionar um hospital, mas não só: procurava nas ruas as pessoas doentes e as leva para o seu palácio, à semelhança do que fazia S. João de Deus.

Mas falando na história dos nossos hospitais, dos quais o primeiro foi o Hospital Real de Todos os Santos, na cidade de Lisboa, o grande suporte dos cuidados aos doentes, era assegurado por voluntários e freiras, como já referimos em relação a outros. Depois, com a instituição das Mise-ricórdias, fundadas pela Rainha D. Leonor e Frade Miguel Contreiras, são criados hospitais em quase todas as cidades e vilas do país, que eram suportados também pelos voluntários e religiosas.
Esta situação mantém-se até que começa a existir a profissionalização dos trabalhadores de saúde. Então o voluntariado passa a ter um estatuto diferente: deixa de exercer tarefas profissionais, passando a exercer funções que seriam complementares às dos profissionais. – É isso que ainda hoje se pede aos Voluntários –.

Note-se que os voluntários nesses tempos não se encontravam devidamente organizados, com formação prévia para conhecerem a forma de se comportar nas instituições e a forma também de desenvolver as tarefas que lhes competiam. Não obstante a boa vontade de ajudar, sentem-se indesejados porque passou a existir uma certa incompatibilidade entre eles e os profissionais.

De há algum tempo a esta parte, há um interesse generalizado pelo voluntariado. Constituem-se associações de voluntários e existe já legislação que regulamenta o seu exercício, muito embora a legislação não aponte a obrigatoridade de formação, nem o programa da mesma, o que consideramos uma lacuna importante. Explicamos porquê: os hospitais são estabelecimentos que representam um risco elevado de perigo para aqueles que os frequentam, sobretudo quando estes frequentadores não dispõem de formação atinente à prevenção desses riscos.
Por outro lado, se não têm formação, a sua presença pode ser perigosa também para os doentes, porque desconhecem os conceitos e as técnicas de Higiene Hospitalar, disciplina que abordaremos mais adiante.


O QUE É HOJE O VOLUNTARIADO?

A Declaração Universal do Voluntariado (2001) refere que este é um pilar fundamental da sociedade civil. Desperta as mais nobres aspirações da Humanidade: a procura da paz, da liberdade, das oportunidades, da segurança e da justiça para todos os povos.

Não há uma única forma de ser voluntário e não há uma definição universal que aglutine todos os voluntários. Cada um deles age por motivações diferentes, prossegue fins distintos, porque cada voluntário é também uma pessoa distinta, com diferentes ideias e comportamentos diferentes.
Não obstante isto, há um conjunto de características, que de um modo geral concernem a todos os voluntários:
Voluntário/a é a pessoa que se compromete, de forma desinteressada, a ajudar o próximo, e o faz geralmente com capacidade de trabalho, de forma organizada, e no seio de uma instituição ou projecto.

Hoje, os campos de acção dos voluntários não se limitam apenas aos cuidados de saúde. O exemplo de uma actividade muito antiga do voluntariado, que todos conhecemos, é a do bombeiro voluntário, existentes em praticamente todos os países do mundo. Mas cada vez mais o campo de acção dos voluntários se alarga, existindo hoje voluntários até da Internet e pela Internet, com um papel de ajuda extremamente significativo.
Podemos citar, a título de exemplo, para além do Voluntariado hospitalar, outros tipos de voluntariado:
  • Voluntariado de acção social,
  • Voluntariado para os sem abrigo,
  • Voluntariado para os doentes crónicos ou terminais;
  • Voluntariado para imigrantes e refugiados;
  • Voluntariado para os portadores de SIDA,
  • Voluntariado para os toxicodependentes;
  • Voluntariado para os presidiários e ex-presidiários;
  • Voluntariado para a mulher em risco de exclusão;
  • Voluntariado para os diminuídos físicos e sensoriais,
  • Voluntariado para os diminuídos intelectuais,
  • Voluntariado para a infância em risco,
  • Voluntariado para a Terceira Idade,
  • Voluntariado para a ecologia e meio ambiente, etc..

Desta forma, a IAVE (International Association for Volunter Effort) apresenta-nos uma definição abrangente do Voluntariado, como sendo o
«Movimento de cidadãos motivados pelos valores de participação e solidariedade, que doam o seu tempo, trabalho e talento, de forma espontânea e não remunerada, para causas de interesse social e comunitário».

A IAVE acrescenta que o Voluntariado é um “serviço comprometido com a comunidade, baseado na liberdade de escolha”, e que “o voluntariado promove um mundo melhor e um valor para toda a sociedade”.

Em Portugal, a Lei de Bases do Voluntariado, apresenta-nos um conceito de Voluntariado semelhante ao da IAVE:
«Voluntariado é o conjunto de acções de interesse social e comunitário, realizadas de forma voluntária por pessoas, no âmbito de projectos, programas e outras formas de intervenção ao serviço dos indivíduos, das famílias e da comunidade, desenvolvidas sem fins lucrativos, por entidades públicas ou privadas.»

Qualquer que seja o conceito de Voluntariado, nele está, forçosamente implícito o cumprimento de um dever de cidadania e de solidariedade, como é referido no Decreto-Lei que regulamenta a Lei de Bases do Voluntariado:
«Actividade inerente ao exercício de cidadania, que se traduz numa relação solidária para com o próximo, participando, de forma livre e organizada, na solução dos problemas que afectam a sociedade em geral».

QUEM SÃO OS VOLUNTÁRIOS?

De tal forma o trabalho do Voluntário é importante para a sociedade, que as Nações Unidas definiram para os países seus aliados, um conceito de voluntário, onde prevê até que as actividades a desenvolver por ele, possam ser ou não organizadas:
«Voluntário é o jovem ou adulto que, devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de actividades, organizadas ou não, de bem estar social ou outros campos».

Já com alguma cautela, os nossos legisladores, definem que as acções de voluntariado deverão estar no âmbito de uma organização, realçando também que o Voluntário deva estar capacitado para desenvolver a sua actividade .
«Voluntário é o indivíduo que de forma livre, desinteressada e res-ponsável, se compromete, de acordo com as suas aptidões próprias e no seu tempo livre, a realizar acções de voluntariado, no âmbito de uma organização promotora».

O VOLUNTARIADO HOSPITALAR

O princípio fundamental do Voluntariado é, como vimos nos vários conceitos, a gratuitidade dos seus serviços. Isto aplica-se a qualquer modalidade de Voluntariado. Na realidade, para que possamos considerar uma acção como voluntária, tem que obedecer a 3 condições :

  1. Ser desinteressada – o voluntário não procura nenhum tipo de benefício ou gratificação pela sua ajuda;
  2. Ser intencional – prossegue um fim e um objectivo positivo (procurar uma mudança positiva na situação do outro) e legítimo (o voluntário tem capacidade suficiente para realizar a ajuda e o consentimento por parte do outro que consen-te que seja ajudado).
  3. Ser justificada – responde a uma necessidade real do beneficiário (doente). Não é um passatempo nem um entretenimento, pois procura ajudar na satisfação de uma necessidade que previamente foi definida como tal.
No caso do Voluntariado Hospitalar, há que ter em conta que, como é referido acima, que o Voluntário não pode nunca impor a sua ajuda a quem a não deseja. Por outro lado, a relação do voluntário com os destinatários da sua acção (os doentes), tem de ser de pessoa a pessoa, sem juízos prévios ou estereótipos, sempre baseada no respeito de cada pessoa-indivíduo (indivisível e irrepetível) e a melhor ferramenta para esta relação é a comunicação.
Outro aspecto a ter em conta pelo Voluntário Hospitalar, é de que a sua acção complementa o trabalho dos profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos, pessoal auxiliar), mas nunca deve substituir ou suplantar este. Por esta razão, os Voluntários Hospitalares, ainda que com conhecimentos e mesmo formação médica, de enfermagem ou outra no campo da saúde, a sua acção deve limitar-se essencialmente ao apoio psico-social e pequenas ajudas na satisfação de algumas das necessidades básicas do doente.

Assim, quando o doente se encontra hospitalizado, um dos principais trabalhos dos voluntários é o acompanhamento do doente, para que a sua estadia no Hospital seja o mais agradável possível.

PERFIL DO VOLUNTÁRIO HOSPITALAR

  • Pessoa “madura” e com estabilidade psicológica, com capacidade mais para escutar que para falar, respeitosa, carinhosa, paciente e compreensiva;
  • Que seja capaz, junto do doente, esquecer todos os seus problemas pessoais e familiares (de doença, de desamores, financeiros ou outros que eventualmente a aflijam), porque a sua presença junto do doente tem uma única finalidade: ajudar.

DIREITOS E DEVERES DOS VOLUNTÁRIOS HOSPITALARES

Todo o Voluntário tem direitos e deveres que devem estar fixados no Regulamento Interno da Organização a que pertencem (que serão abordados noutro capítulo), mas que importa resumir:


1. DIREITOS:
  • Ser respeitado quanto aos termos acordados em relação à sua dedicação, tempo doado e disponibilidade assumida;
  • Receber apoio no trabalho que desempenha (treino, supervisão e avaliação);
  • Ter acesso a informações e a descrições claras das tarefas e responsabilidades que lhe cabem;
  • Participar nas decisões que dizem respeito ao seu trabalho;
  • Receber reconhecimento e estímulo;
  • Ter um ambiente de trabalho favorável;
  • Solicitar mudanças no seu trabalho sempre que o desejar (e for possível).

2. RESPONSABILIDADES :

  • Conhecer a instituição onde exerce a sua actividade;
  • Escolher a área onde deseja actuar;
  • Só se comprometer com o que de facto puder fazer;
  • Trabalhar de maneira integrada na equipa do Voluntariado;
  • Respeitar os valores e as crenças das pessoas com quem trabalha;
  • Manter os assuntos confidenciais em absoluto sigilo;
  • Usar de bom senso para resolver problemas pontuais, informando os responsáveis da Liga;
  • Comunicar à Liga o seu desejo de se desligar do Voluntariado, temporária ou definitivamente.



PARA REFLECTIR…

O Voluntariado é uma possibilidade única (e para muitos irrepetível) não só de tomar contacto com o sofrimento humano, mas também de viver o amor.

- Pastoral da Saúde –


Numa sociedade percorrida por numerosos fenómenos de egoísmo e de crueldade par mal do homem, o voluntariado ao serviço do próximo constitui uma força de primeira ordem, um autêntico valor.
É dos sinais mais positivos do nosso tempo, o sinal de que a abertura da vontade e do coração para o bem comum é cuidadosamente cultivada e vivida.
Justamente por isso, o voluntariado é um coeficiente válido de civilização e de fraternidade.
O entender da espontaneidade como vínculo associativo, assume uma especial importância na dimensão internacional e mundial.
Instaura-se, desse modo, uma cadeia de solidariedade e de apoio a um ideal humanitário, que surge como símbolo eloquente e concreto daquela solidariedade mais plena entre todos os povos e entre todos os homens, cuja necessidade de há muito se sente.

- João Paulo II -
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